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MEMORIA REMINISCÊNCIA DO POETA SABINO DE CAMPOS - CACHOEIRA-BAHIA

O autor da letra do Hino da Cachoeira, o amargosense Sabino de Campos em o seu livro "A Voz dos Tempos" (editora Pongetti - 1971 ), se reporta ao dia 25 de Junho em que ele esteve presente na terra onde ele passou a sua infância e juventude. Vale a pena acompanhar a narrativa abaixo.
A data de 25 de Junho representa uma tradição gloriosa nos anais da cidade da Cachoeira, situada à margem esquerda do caudaloso rio Paraguaçu, a qual tomou o epíteto de Heróica em virtude de seus feitos patrióticos nas lutas pela Independência do Brasil.
Antes de começarem as solenidades no Paço Municipal, chegou à Praça da Aclamação, executando belíssimo dobrado, a banda de música da cidade de São Gonçalo dos Campos, em passeio recreativo em homenagem à data.
Este 25 de Junho de 1948 me trouxe gratas recordações dos meus tempos juvenis de músico e orador da querida filarmônica Minerva Cachoeirana. E, coincidência notável: encontrei-me, ali com o meu antigo mestre de música Francisco Cardoso Fróis (Chico Fróis) que me abraçou afetuosamente.Foi um encontro providencial, porque, algum tempo depois, falecia meu professor de música, regente daquela banda.
Ao meio dia, começou a sessão solene na sala nobre do Paço Municipal,sob a presidência do médico dr. Elpídio Serafim, que me convidou,no momento, a fazer parte da mesa.
(NOTA: o autor estava se referindo naturalmente ao médico Aurelino Seraphiim dos Anjos)
A bela moça cachoeirana Odília Marques, inteligente filha do meu velho e inolvidável amigo major Bráulio Marques, colocou-me à lapela azul do paletó esmerado um lindo laço de fita verde e amarela, como símbolo da Pátria.
Compareceu a banda de música local Lira Ceciliana sob a regência do meu amigo e colega Firmo Costa, o melhor trombonista, desde rapazola, que já encontrei na vida, e foi imediatamente executando o Hino da Cachoeira, de minha autoria (letra) e música do  maestro cachoeirano Tranquilino Bastos.
À noite, no coreto armado na Praça da Aclamação, Firmo Costa entregou a batuta a seu mestre Irineu Sacramento, antigo e prestigioso regente da Lira Ceciliana que ia regê-la pela última vez.
Irineu,acentuado tipo de caboclo, por sua vez, discípulo, no passado, do glorioso maestro Manuel Tranquilino Bastos, recebeu a batuta das mãos de Firmo, e, velhinho como estava, mandou que se distribuísse nas estantes a ópera O Guarani.
A cena comoveu-me ! Pedi que esperassem.
Desci do coreto e chamei entre a multidão de assistentes o popular comerciante Júlio Costa,a fim de procurarmos fotógrafo que batesse um flash da despedida de Irineu.
Não encontramos o fotógrafo providencial. Que pena ! 
A ópera foi magistralmente executada e perdemos uma fotografia histórica.

 
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