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Escolas da Inglaterra ensinam alunos de 5 anos a programar

   Sam Chambers, da Bloomberg

                                  Primeiro-ministro da Inglaterra, David Cameron, ao lado de uma estudante durante uma aula de computação na Escola St Mary's & St John's, no norte de Londres

 LONDRES -No início do novo semestre escolar, no mês passado, as escolas públicas da Inglaterra começaram a apresentar aos seus estudantes mais jovens um conceito que confundiria a maior parte dos pais deles: algoritmos.
O governo do Reino Unido reformulou a maneira de ensinar computação às crianças do país adicionando aulas obrigatórias de programação.
Após receber conselhos de empresas como Microsoft e Google, as autoridades se convenceram de que o currículo das escolas públicas estava fora de sintonia com os padrões técnicos modernos.
O sistema antigo enfatizava processamento de texto e planilhas, mas não muito mais do que isso. Agora, o governo quer que as crianças do país não apenas consumam tecnologia, mas a construam -- em vez de só se divertirem com jogos de computador, elas um dia poderiam criá-los.
Para evitar que os alunos mais jovens se transformem em zumbis diante das telas, boa parte do aprendizado inicial será realizada fora do laboratório de informática.
As crianças de cinco anos de idade participarão de jogos abstratos e completarão quebra-cabeças para se familiarizarem com o conceito de algoritmo sem sua complexidade.
Quando chegarem aos 14 anos, os professores vão orientá-los sobre como usar duas ou mais linguagens de programação. Tudo isso é obrigatório.
Isso faz do Reino Unido o primeiro país do G20 a dar uma importância central à Ciência da Computação dentro de seu currículo escolar.
“Essas são, certamente, as maiores mudanças realizadas na maneira em que a matéria vem sendo ensinada”, disse John Partridge, professor de computação em Nottinghamshire. “Especialmente para as crianças mais novas”.
Escassez de talentos
Como muitos países desenvolvidos, o Reino Unido enfrenta uma crise de talentos em tecnologia e a reformulação radical de seu sistema educacional é um reconhecimento de que o problema provavelmente continuará existindo durante muitos anos.
A previsão é de que o país terá uma escassez de 249.000 trabalhadores para empregos com habilidades tecnológicas até 2020, segundo uma pesquisa da Empirica preparada para a Comissão Europeia.
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