Vinte e duas pessoas deram entrada na Santa Casa de Misericórdia de Cruz das Almas, a 145 km de Salvador, na noite desta quinta-feira (23), vítimas de queimaduras provocadas por espadas, segundo informações da unidade de saúde.
Nas ruas centrais do município o movimento estava tranquilo, mas na periferia da cidade a "guerra de espadas" continuava. Os moradores soltavam as espadas normalmente, descumprindo a decisão da Justiça, que considerou crime soltar os fogos.
A proibição deixou alguns moradores revoltados. “É a única coisa de diversão que nós temos. Não temos só arraiá, só essa tradição de forró não. Temos a nossa queima de espadas e a queima de espadas tá no sangue”, diz o pintor Roque Gomes.
A Polícia Militar, com reforço da Companhia Especializada do Litoral Norte, esteve no bairro Baixinha da Vitória, um dos locais onde estava acontecendo a guerra. Os moradores imediatamente pararam de soltar espadas, mas a policia fez abordagens e revistou as pessoas. Logo depois, um dos moradores soltou de longe uma espada na direção da polícia.
“A nossa linha de ação é trabalhar de forma a coibir a queima de espadas, evitando ao máximo o confronto, mesmo porque na cidade toda está tendo queima de espadas”, explica o tenente da PM Souza Júnior.
A decisão da Justiça dividiu a população de Cruz das Almas. Enquanto uns consideram a “guerra” uma tradição, outros estão mais aliviados. “Agora a gente pode chegar na porta, pode olhar o movimento, vir na fogueira, soltar fogos que não prejudicam as pessoas”, diz a aposentada Zildete Cunha.
O funcionário público Raimundo Bastos teve a perna atingida por uma espada na porta de casa. “Eu tava saindo na porta de casa. Quando eu saí, ela veio numa velocidade, quando pensei que não ela já tava em cima de mim. Tentei me livrar, mas ela bateu na minha perna e saiu”, conta.
Fonte: G1
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