Glaucia Alves

A hipérbole é uma figura de pensamento que consiste no exagero. Através do uso de palavras ou expressões, a hipérbole recria orações e períodos que exprimem idéias que ultrapassam os limites da verdade, tanto para mais quanto para menos.
Luis de Camões, no poema “Lírica”, além de usar e abusar das antíteses e dos paradoxos, emprega a hipérbole em vários versos.
Observe abaixo, as hipérboles em destaque:
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
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Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
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