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Estudo desvenda o mecanismo que leva ao câncer de mama

Por Giuliana Miranda 
SÃO PAULO, SP, 6 de junho (Folhapress) - Um novo estudo conseguiu identificar mais um dos vários mecanismos ligados ao câncer de mama. 
Nas mulheres, um subtipo de células do tecido mamário tem as extremidades dos cromossomos --os chamados telômeros -bem mais curtas do que o normal, sendo assim mais propenso a mutações e ao surgimento do câncer. 
Um artigo publicado na edição de estreia do periódico "Stem Cell Reports" mostrou que, na hora da divisão celular, essa alteração estrutural favoreceria a ocorrência de "erros" que poderiam culminar em um câncer. 
Um dos diferenciais do trabalho é que, diferentemente de muitas das pesquisas sobre câncer, os pesquisadores usaram amostras de tecido doadas por 37 mulheres que não tinham a doença, mas que diminuíram os seios por questões estéticas. 
O mastologista do Hospital 9 de Julho Fábio Laginha ressalta a importância de estudar também as células saudáveis e afirma que a descoberta pode ser um ponto importante para a prevenção. 
"Identificar as células mais predispostas a sofrer mutações é um passo muito importante", afirma o médico. 
Recentemente, estudos indicaram a relação dos telômeros com o surgimento dos tumores. Mas esses mecanismos não haviam sido desvendados com o detalhamento da nova pesquisa.
Por enquanto, o trabalho ainda não tem impactos práticos, como a possibilidade de desenvolvimento de um remédio oncológico, mas os cientistas afirmam que ele pode abrir caminho para novas formas de diagnóstico --especialmente se esse tipo de alteração for confirmado em outros cânceres. 
"O câncer é formado por um conjunto de alterações, e esse é um entre os vários mecanismos. Não se pode dizer se ele é o principal", explica Ricardo Caponero, oncologista e presidente do Conselho Técnico Científico da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama). 
"O trabalho se restringe ao tumor ductal [no canal que leva o leite ao mamilo]. São necessários mais estudos para ver se isso se repete em outros tipos de câncer."   |

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