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MEMÓRIA O São João de antigamente

Amargosense de nascimento,criado na cidade da Cachoeira,o poeta Sabino de Campos,autor da letra de o  Hino da Cachoeira,esteve na cidade em junho de 1948 no período dos festejos juninos. Aquelas lembranças,dentre outras,o saudoso poeta deixou registradas em o livro "A Voz dos Tempos (Editora Pongetti - 1971 ):
"Passei o São João em Cachoeira. Lamentei não ver mais os festejos da noite de outrora,com fogueiras empilhadas nas ruas,em labaredas aclarantes,ou em brasido assando cocos,aipins,fruta-pão e milhos verdes,entre cantigas das meninas-moças,a alegria amorosa dos rapazes,o alarido das crianças,a saudade dos velhos.
      
        Adeus meu São João,
              adeus,adeus,
        você fica com saudade,
       quem vai-se embora sou eu!

As Sortes de terminadas em quadrinhas enroladas em flóculos e enfeites de papel de cores variadas,ou em copos de água,com clara de ovo,propiciando venturas e sortilégios. Os fogos de artifício revezando-se e duelando-se das janelas fronteiriças,e os coriscos e foguetes,buscapés chuveirando fagulhas vertiginosas produzidas por limalha de aço,aduzida à pólvora,estourando a dinamite final ! 
Tão violentos eram os busca-pés, feitos de grossos gomos da bambu revestidos de barbante encerado,que o acendedor de lampiões,por ordem do Intendente da Municipalidade (Prefeito) na véspera,retirava todos os lampiões de querosene da cidade a fim de que não fossem espatifados. E os vistosos balões de papel de seda,devaneando no céu festivo e ruidoso de foguetes do ar., jorrando lágrimas de prata ou estourando bombas!  Naquele tempo,os balões não sofriam a proibição do Decreto nº 23.793 de 22 de janeiro de 1934,do Código Florestal.
Em meio a todo esse regozijo,as mesas familiares repletas de leitões e perus assados,generosos vinhos da Ilha da Madeira,deliciosos licores de jenipapo,arroz doce,pamonhas,saborosas laranjas da Bahia e a famosa canjica de milho verde,lembrando a ambrosia dos deuses.
Como tudo está mudado! Que São João sem graça! Nem uma fogueira!Nem um balão!
A Cachoeira não é mais iluminada a lampiões de querosene,mas até a sua luz elétrica faltou!
Saudoso das alegrias efusivas de outros tempos,subi a escada do sobrado e recolhi ao quarto nº 13 da "Pensão Marieta".
O que escreveria o autor de o Hino da Cachoeira se vivo fosse e visitasse a "Terra Heroica e bendita" durante a Feira do Porto?











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