
Os pesquisadores Gúbio Soares e Silvia Sardi, do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), descobriram um novo vírus que vem causando sintomas semelhantes aos da dengue e assustando a população baiana.
O Zika Vírus foi identificado esta semana em amostras de sangue de pacientes de Camaçari, por meio de uma técnica chamada RT-PCR. A descoberta foi possível graças ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) que disponibilizou recursos através do Programa de Apoio à Pesquisa para o SUS (PPSUS).
Segundo Gúbio, o Zika Vírus causa um quadro muito parecido com o da Dengue, em que o paciente pode apresentar sintomas como febre, diarreia, dores e manchas no corpo. Porém, este novo vírus é mais fraco e os sintomas mais brandos: “Zika Vírus não é tão grave quanto Dengue ou Chikungunya, não leva o paciente à morte. O quadro parece alérgico, é mais tranquilo e o tratamento é o mesmo”, explica o pesquisador. Além destes sintomas, o paciente pode apresentar sinais de conjuntivite.
O Zika Vírus nunca foi detectado no Brasil ou na América Latina. De acordo com Gúbio Soares, pesquisador que fez a descoberta junto com Silvia Sardi, é a primeira vez que o vírus é identificado por aqui, já que o mesmo é comum na África e Ásia. A dupla suspeita que o vírus chegou à Bahia por causa da Copa do Mundo de Futebol, realizada em 2014 no Brasil.
“A Copa atraiu pessoas do mundo inteiro. Então acreditamos que algumas pessoas que estavam infectadas foram picadas pelos moquitos trasmissores, e o vírus foi passado para outras pessoas“, diz.
Esta é uma descoberta inédita e serve para tranquilizar a população: “Quando você dá um diagnóstico, o paciente já vai mais tranquilo para o hospital”, destaca Gúbio. “É muito importante para nosso grupo ter descoberto este vírus pela primeira vez no Brasil, e isso graças ao apoio da Fapesb.” O Zika Vírus é transmitido pela picada do mosquito aedes aegypti, aedes albopictus e outros tipos de aedes.
Exames já haviam descartado que se tratasse de dengue, febre chikungunuya, rubéola e sarampo. Outras duas viroses possíveis para a doença misteriosa eram o parvovírus e a roséola. A roséola é uma infecção viral infecciosa bastante comum, que causa febre e erupções cutâneas (manchas vermelhas na pele), especialmente em crianças. O parvovírus do tipo B19 também é mais comum em crianças e adolescentes.
No final de março, a Embasa apresentou relatório que mostra que não houve alteração na qualidade da água na cidade de Salvador. Representantes da Coordenadoria do Meio Ambiente da Secretaria do Desenvolvimento Urbano (Sedur) também apresentaram dados que demonstram que não foi detectado nada fora do normal no ar da capital baiana nos últimos dois meses.
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