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Remédios com bulas alteradas começam a chegar às farmácias

 Folha Online
Fabricantes têm até julho para colocar no mercado suas bulas mais legíveis e didáticas


Os primeiros remédios com bulas modificadas estão chegando às farmácias.

O lote aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é composto de 202 medicamentos, entre eles os conhecidos Buscopan, Dramin, Claritin, Cebion e Eparema.

Os fabricantes têm até julho para colocar no mercado suas bulas mais legíveis e didáticas, conforme resolução de 2009, já revisadas e aprovadas pelo órgão.

Entre as principais novidades estão as letras maiores e a informação mais simplificada, organizada em forma de perguntas e respostas.

A mudança está acontecendo aos poucos, de acordo com Flávia Moreira Cruz, especialista em regulamentação sanitária da Anvisa.

No ano passado, todas as farmacêuticas tiveram que encaminhar à agência os novos impressos. Agora, o órgão analisa os documentos e os libera, em lotes.

"Só liberamos 202 até agora. Este mês pretendemos soltar outro lote. Estamos no começo do trabalho. A previsão é terminar em 2012", diz.

As mudanças pretendem corrigir problemas de formato, conteúdo e linguagem.

"As bulas que estão no mercado têm vários problemas. Os consumidores reclamavam diretamente à Anvisa. Também reconhecemos que havia uma falha na regulamentação."

Antes mesmo das novas bulas, já existiam dois tipos de impressos nas farmácias, um que seguia uma resolução de 2003 e outro que seguia uma regra de 1997.

"Tínhamos duas regulamentações vigentes, mas quase ninguém seguia a de 2003. Se compararmos com as bulas de 1997, as mudanças de agora serão enormes", diz Rosana Mastelaro, gerente do Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica).

A resolução atual vale para todos os medicamentos. Só ficam de fora os considerados de baixo risco -água boricada, por exemplo.

MENOS INFORMAÇÃO

A bula para o paciente não terá mais informações técnicas, como o mecanismo de ação da droga.

"Estamos tentando simplificar a linguagem técnica, mas isso é difícil. Ainda não será a bula ideal, mas é uma nova postura", afirma Cruz.

A farmacêutica Vera Lúcia Luiza, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, espera que as mudanças sirvam para que os consumidores passem a ler a bula.

"Essa dificuldade de compreensão afasta os leitores. Fora isso, as bulas tinham muita informação repetida e, muitas vezes, em desacordo com a literatura."

As 202 novas bulas já estão disponíveis para consulta em um bulário virtual (anvisa.gov.br/bularioeletronico).
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